Faixa

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sábado, 27 de setembro de 2014

I Fórum Nacional de Cultura da Infância (2014): Carta do Rio


I Fórum Nacional de Cultura da Infância
Carta do Rio

Oficina prioriza diretrizes para Cultura Infância no PNC

Representantes de Pontos e Pontinhos de Cultura, artistas, produtores, pesquisadores, educadores, universitários e gestores públicos e privados presentes no I Fórum Nacional de Cultura da Infância desenvolveram coletivamente uma carta pública com propostas para fomentar a Cultura Infância no Brasil. O evento, que contou com a realização de uma oficina de revisão das metas do Plano Nacional de Cultura (PNC) pelo Ministério da Cultura (MinC), foi realizado nos dias 23 e 24 de setembro de 2014, no Rio de Janeiro (Brasil), como parte da programação do Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL).

A Cultura da Infância reúne manifestações e processos culturais e artísticos produzidos por crianças, adolescentes e adultos, que tenham como objetivo investigar e pensar a infância. Também inclui manifestações que tenham crianças e adolescentes como produtores ou gestores, sejam eles contemporâneos, tradicionais, eruditos, populares ou étnicos, entre outros.

A carta, que será submetida ao Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), traz o resultado das discussões em grupo sobre os quatro eixos temáticos do fórum: tempo, espaço, linguagem e educação. Em cada um dos eixos, foram sugeridas três propostas para o desenvolvimento da Cultura da Infância. Conheça as propostas.

Eixo Tempo

Garantir o tempo presente da criança para brincar. Incentivar e estimular os adultos à prática lúdica, para que compreendam e se sensibilizem para o universo da infância.

Criar núcleos de documentação e prática da cultura da infância: mapeamento, registro, preservação, valorização, acesso e disponibilização da cultura tradicional da infância (brinquedos e brincadeiras) de todo o país, integrando esse acesso às novas tecnologias.

Reconhecer, declarar e assegurar o exercício e o tempo da infância em constante criação e recriação, dando visibilidade e prioridade absoluta à sua cultura.

Garantir o compartilhamento e a troca entre as várias gerações e entre os mestres da cultura da infância, detentores dos saberes relacionados aos brinquedos e brincadeiras.

Eixo Espaço

Criar, equipar, cuidar, reconhecer e ampliar, de forma continuada, espaços públicos, inclusive virtuais, voltados para a cultura da infância, seguros, saudáveis e acessíveis, que valorizem o brincar livre, a arte e o contato com a natureza.

Democratizar o acesso à cultura e a expressão das crianças e adolescentes nos espaços e equipamentos culturais, favorecendo a convivência familiar, comunitária e intergeracional, respeitando a diversidade e as diferenças, valorizando as múltiplas linguagens artísticas e a troca de saberes e fazeres.

Criar e fortalecer políticas públicas continuadas de fomento e investimento, em âmbitos municipal, estadual e federal, voltadas especificamente para criar, equipar, manter, reconhecer e melhor aproveitar os espaços existentes (escolas, bibliotecas, museus, teatros, cinemas, Pontos de Cultura, praças e parques, entre outros), e projetos específicos para a criação, manutenção, mobilidade e ocupação dos espaços destinados à cultura da infância, distribuídos por todas as regiões do Brasil.

Eixo Linguagem

Garantir diferentes mecanismos anuais de financiamento e estímulo para a criação, produção, manutenção e circulação de produções que tenham a criança e o adolescente como público e agente de cultura.

Assegurar que os estados e municípios que aderiram ao Sistema Nacional de Cultura prevejam metas, programas, ações e dotações orçamentárias para a cultura da infância.
Criar, reconhecer e apoiar redes nacionais de artistas, produtores, educadores e pesquisadores dedicados à infância, contemplando ações de formação, articulação e intercâmbio, tais como mapeamento de iniciativas, laboratórios criativos, seminários, festivais, mostras, oficinas e residências artísticas em âmbito regional, nacional e internacional.

Eixo Educação

Identificar, promover e fomentar ações culturais que reconheçam as crianças e adolescentes como geradores, produtores e gestores de cultura em seus processos formativos (formais e não formais).

Garantir processos dialógicos, continuados e transversais de formação em cultura da infância e arte como via de interpretação, significação e entendimento do mundo, para todos os agentes educativos (educadores, mediadores, gestores), contemplando as linguagens das artes, as culturas tradicionais de matrizes africanas e indígenas, as culturas populares, a diversidade biocultural e a acessibilidade.

Fomentar a formação de crianças, adolescentes e educadores nas diferentes linguagens da arte, por meio do incentivo a ações curriculares e extracurriculares de fruição e criação artísticas nas escolas e espaços públicos culturais, e do estímulo à continuidade de ações já existentes, de forma a garantir a experiência da arte na infância, em sua diversidade geográfica, histórica e estética.

A Carta do Rio propõe também a criação de metas para o PNC que atendam a criação do Fundo Nacional Cultura Infância, de maneira a garantir a implantação, a realização e o fomento das políticas públicas culturais para a infância. Outra é assegurar que todos os estados e municípios que aderiram ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) prevejam metas, programas, ações e dotações orçamentárias para a cultura da infância. Também está nas propostas sugeridas a criação de 100 Centros de Referência Cultura Infância, para onde convergiriam as políticas públicas voltadas à cultura da infância no Brasil.

A oficina foi construída com uma parceria entre as secretarias de Políticas Culturais (SPC) e de Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC, com o objetivo de priorizar o acúmulo de demandas oriundas das conferências, fóruns e oficinas de escuta desde 2008.

"O ministério promoveu quatro fóruns e acumulou diretrizes que permitiram criar editais e ações para a infância, as quais, no entanto, ainda não tinham uma participação significativa no PNC. Como estamos revisando as metas, queremos, neste momento, ampliar e garantir as diretrizes e metas para a cultura da infância", destaca o secretário de Políticas Culturais, Américo Córdula.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

Reproduzido de Ministério da Cultura
26 set 2014

Saiba mais:

“Carta do Rio para Cultura Infância”, elaborada com base nas discussões realizadas no Centro de Referência Cultura Infância – Teatro Jockey – Rio de Janeiro, entre 23 e 24 de setembro de 2014, por ocasião do I Fórum Nacional Cultura Infância clicando aqui.

“Sistematização das propostas de diretrizes e ações voltadas à Cultura da Infância”, retiradas de todos os registros que temos dos seminários, oficinas, encontros realizadas com foco na temática da cultura da infância, no I Fórum Nacional Cultura Infância clicando aqui.

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